17.7.12

Os Belos Olhares

Pode ser apenas impressão minha, mas de todas as pessoas com quem me cruzo na rua, parece que pertencem a apenas dois grupos: as que caminham como se quisessem ter mais do que podem realmente ter, e as que acham que têm menos para oferecer do que realmente têm.
Parece não existir um intermédio, o que seria interessante.

Ou nos fitam com um olhar constrangedor, que mata o mistério, o encanto e todo o método inerente a estas coisas, ou olham para o chão ou para o céu, como se o facto de parecerem indisponíveis as pudesse tornar mais interessantes.

No meio de tudo isto, volta e meia, apanhamos um sorriso que faz o dia valer a pena. Um sorriso cúmplice, que não precisa de nada mais para além dele mesmo. 
Um segundo tão intimo, partilhado em pleno espaço publico, que chega por ele mesmo, não precisando nem de mais tempo, muito menos de palavras.

São os belos olhares.

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