23.7.13

Verdadeiras Intenções

Um dos maiores dilemas (se não o maior) com que temos de viver prende-se com a repreensão dos nossos desejos mais básicos. Entre eles, quero aqui falar de dois que deveriam coexistir numa harmonia quase divina, mas que muitas vezes acabam por se revelar antagónicos: amor e sexo.

Ainda não alcançámos uma fase de desenvolvimento social suficiente para que possamos abertamente admitir as nossas verdadeiras intenções em relação a outra pessoa. E isto tem um fundamento. Imagine-mos por segundos que, ao conhecer alguém por quem temos interesse, revelaríamos as nossas intenções em poucos minutos de conversa. Para além de assustar a pessoa, iríamos possivelmente assustar-nos a nós também.
Se quisermos amar alguém e o expusermos deste modo, iremos sempre parecer lamechas. Se nos anunciarmos como um predador sexual com apressado e sedento interesse de levar alguém para a cama, iremos parecer superficiais.

O ponto é que, em ambos os casos, o que nos impede de nos declararmos é a mesma coisa. O mesmo tabu. O mesmo medo.

Como poderia tal questão ser resolvida (ou pelo menos atenuada?)

Primeiro que tudo seria importante reconhecer que nenhuma destas necessidades (sexo e amor) é mais moral do que a outra. De facto, ambas as necessidades partem de profundos sentimentos e desejos inerentes ao facto que representa ser um ser humano.

Em segundo lugar deveríamos tornar menos fustigantes este tipo de declarações.

Qualquer uma delas, já que, como vimos, ambas apresentam uma necessidade humana perfeitamente normal.

2 comentários:

  1. Incrível reflexão. Talvez nem saibamos as nossas itenções.

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  2. Posso dizer que desde mais nova esta questão me intriga... a tal ponto que decidi colocar ambas ausências de tabu em prática quando um dia sentisse a necessidade de jorrar uma declaração de amor ou simplesmente informar a outra pessoa do interesse sexual.
    Ambas as "experiências" tiveram sucesso, uma delas durou três anos.
    Talvez seja medo de encarar uma tarefa difícil, que é expor sentimentos, sejam eles de que natureza forem, tornam-nos vulneráveis. Talvez seja só uma barreira colocada pela sociedade, afinal não tão difícil de transpor.

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